domingo, 29 de maio de 2011

Meu encontro com 2 senhoras "Testemunhas de Jeová"!

Hoje pela manha, fui abordado por uma dupla, testemunha de Jeová, e fiquei com um certo entusiasmo de compartilhar o ocorrido...

          Às 10:17 da manhã do último domingo de maio, veio até minha porta duas mulheres (Senhoras já por sinal),com aparência cansada, suadas pelo sol, cabelos mau penteados, carregando bolsas (aparentemente pesadas),alguns livros e vestindo saias até a altura do joelho.Cordialmente e bem educadas e com voz calma fizeram uma breve saudação. Uma delas tira uma pequena bíblia do bolso e pergunta “Porque você acha que o mundo hoje não se preocupa com o amor?”. Vejamos, essa pergunta é meio que sem sentido,tendo em vista  de que ela já me fez uma pergunta criando uma opinião que talvez eu não concordasse. Sem dúvida, essa pergunta seria apenas uma introdução para os ensinamentos bíblicos que ela iria pregar em seguida. Pensei um pouco, percebi que elas aguardaram uma resposta de minha parte, talvez elas esperassem que eu concordasse com sua afirmação-pergunta. Mas felizmente ou infelizmente, elas receberam algo um um pouco mais complexo e trabalhado de minha parte....


          Atualmente temos duas geração que estão vivendo simultâneamente, uma das mais velozes revoluções tecnológica que a humanidade já viu. Uma mesma geração viu os discos de vinil passarem por fitas K7, CDs, Pen-drives e cartões de memória que cabem mais de mil discos de vinil dentro.

      Presenciaram o surgimento de algo grandioso como a internet, sua disseminação e divulgação no globo. E desde então, nada foi mais o mesmo. O império da futilidade, do comodismo e da mentira se tornou a linha para que fosse seguida pelo mundo. Não digo que seja a culpa da internet. Ela é apenas um meio. Como a internet a  mídia já havia pregado a futilidade como dogma das culturas há muito tempo atrás, mas a internet foi a ferramenta que ajudou a disseminar e fortalecer tudo isso.

     A morte  de perspectiva, as farsas da vida, as cobranças  sobre-humanas impostas às pessoas, as morais falidas e podres , o sofrimento, a dor, a necessidade de amparo e principalmente o esfriamento do amor de uns pelos outros criou as pessoas a serem dessa forma...: sem vigor na vida, sem um sentido e sem razão.

     Todos dizem “te amo” aos seus parceiros, e alguns dias depois estão na cama se entregando de corpo e alma para outras pessoas,alguns que se chamam  amigos dizem “se amar”, e boa parte deles não estará presente quando se for preciso, todos os crentes e suas igrejas igrejas dizem que “Jesus te ama”, mas ele leva seus familiares cedo demais e deixa crianças morrerem de fome. Então porque se preocupar com o amor  ou com falta dele? Ele é só uma palavra como qualquer outra. Uma palavra para expressar inúmeros  sentimentos ou interesses à escolha de quem a usa. Ele não possui uma definição. E, tudo isso, forma a era da futilidade, do grotesco e do mal gosto.

A tecnologia avançou de maneira tão rápida que não conseguimos ainda acompanha la. Estamos caminhando ainda, aprendendo. E aprender se resume em cometer vários erros.O que temos atualmente é uma população, que se mostra  mais interessada em pessoas se expondo ao ridículo para ganhar alguns minutos de fama do que no ridículo que está se mostrando o governo. O mundo  virou uma espécie de fazenda, um zoológico desse tipo de pessoas: se expor, se ridicularizar, fazer de tudo para ser citado, ser visto pelos seus semelhantes – mesmo que de forma denotativa – é a necessidade de auto-afirmação, de se sentir vivo, de se sentir melhor do que é.

As músicas e bandas de hoje, em sua maioria, não possuem mais genialidade alguma , nem mesmo letra… só palavras que parecem ter sido inventadas na hora. O talento é pouco reconhecido entre a grande população, mais vale a fama, a estupidez.

As pessoas querem ser ouvidas custe o que custar, falam pelos cotovelos, e acabam não dizendo coisa alguma, soltam asneiras inacreditáveis em busca de um reconhecimento, de um aplauso.

Conheço uma geração que cresceu no mato, (em meu caso foi um quintal), jogando bola na rua com sandálias Havaianas marcando um espaço para gol, nas aventuras pela cidade, nas brigas de criança em turminhas, na liberdade dada pelos pais de crescermos aprendendo na marra o que é o mundo lá fora. Televisão?  Só duas horas por dia, no máximo (que era a hora dos desenhos animados): He-Man, com suas lições de moral no fim, Caverna do Dragão com todo um mundo de magia e trabalho em equipe…
As crianças da geração de hoje mal sabem o que é quintal, não conseguem ver na rua, um campo de futebol. A rua é só o caminho a ser seguido para leva à “nova diversão”: as lan houses, os shoppings.  Mato? “Não entre aí menino, é cheio de carrapatos e bichos venenosos!”. Raramente vemos crianças sozinhas em lugares que não são 100% seguros. Estão sempre acompanhadas dos pais super-protetores, para em seguida voltar para casa e gastar horas e mais horas em frente à televisão, engolindo programas como Teletubbies.

Essa nova geração mora num mundo muito mais perigoso, muito mais violento, muito mais sujo… será? As escolas não tem uma grama de rigidez, vêem toda criança, por pior que seja, como especial, e deixam claro isso para ela. Ao invés de penalizar  com os inocentes castigos, tentam mostrar que aquilo não é algo “legal” a fazer, ao invés de aplicar a autoridade e a hierarquia, deixam os professores como iguais, como meros empregados que podem ser demitidos por causa das reclamações das crianças – e isso se estende às universidades. Ao ser contraditos..Vamos abrir processos!

Nada contra. Talvez, quem sabe, essa seja a forma “certa” de educar? Mas para que isso se torne algo bom, é preciso que toda a sociedade e todo o mercado de trabalho também entendam isso – o que não acontece. Assim, as “crianças especiais” se formam completamente despreparadas para a selva que é a vida, onde ninguém é especial, você é bom ou é ruim, é promovido ou despedido, é penalizado, é colocado num meio hierárquico e não tem ninguém para lhe amparar quando seu patrão lhe chama de burro e incompetente e te torna um desempregado. Onde está a diretora da escola para dar outra chance? Onde está o professor bonzinho que vai te dar uma “ajudazinha” nas notas para você conseguir passar na prova do emprego para voltar para a empresa?

Aqui no Brasil as pessoas gastam mais com Big Brother e porcarias derivadas do que com investimento, com ajuda aos necessitados, às ONGs ambientais. É uma necessidade impressionante de ver a vida dos outros indo por água abaixo, é o gozo com a desgraça alheia, é a chance de ter de quem falar mal.
A futilidade vence. Talvez ela seja somente um paradigma momentâneo nessa troca de eras. Se não for, estamos lascados. Pseudo-celebridades surgem a cada momento na internet e fazem tanto sucesso que algumas vão para a televisão, pois é o que o povo quer. Viva o “Mati”, ele venceu!

..E no fim!

-Obrigado pela atenção. Tchau – disse a religiosa da Testemunhas de Jeová e foi embora.

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